Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

03 janeiro 2012

Vera Helena Sopa recomenda esta obra

A minha opinião:
O romance é uma reedição de outras duas obras da autora sobre lendas, parábolas e histórias do Antigo Testamento, com as suas personagens sacralizadas, mas escrutinadas do ponto de vista feminino e focando a condição da mulher. Foi esta a razão porque me interessei por ler este livro.
Assim, descobri um romance sensual, erótico, poético e muito violento, sobre uma época em que a falta de ética e moral originava um tremendo sofrimento e luta constante pela sobrevivência e integridade.
Não é possível o distanciamento, porque existe a clara noção de que não se trata de mera ficção, porque sabemos que esta obra é resultado de uma apurada pesquisa e investigação sobre o que existe documentado.
As mulheres eram propriedades, adquiridas por contrato, um bem que se dá, se troca ou se vende, segundo o interesse da família. Não eram consultadas ou ouvidas sobre os seus sentimentos e as suas vontades e o seu destino era consoante outros o designassem. Ora uma maldição, ora uma bênção, conforme a sua beleza, sagacidade, ou sorte.
Por tudo isto, penso que este livro é realmente de interesse colectivo. Absolutamente.

Publicado no blogue Ler, um prazer adquirido

Crítica de Inês Montenegro

Opinião:
Deana Barroqueiro pegou nas passagens do Antigo Testamento em que a mulher tem – ou deveria ter – um lugar de destaque e desenvolveu-as neste livro com uma escrita aprazível e sensual, pormenorizando o que já de si era uma mistura de lendas com factos e inserindo-lhes ainda um factor de ficção e de romance histórico.
No conjunto, ficamos com um enredo que tanto pode ser encarado como contínuo, como um conjunto de contos, capaz de nos despertar emoções variadas – embora, por minha parte, a indignação pelo que a maioria das mulheres retratadas tinham de acatar fosse aquele que mais predominou.
Desengane-se quem espera querelas religiosas ou romances de cordel. Belas, práticas, melífluas, ciumentas, espertas, enganadoras, justas, injustas, sapientes, invejosas ou inocentes, todas estas mulheres têm em comum uma personalidade forte e vincada que se torna no centro do enredo.
Sem dúvida recomendado, mas algo que se deverá ler com calma, sem pressas ou divagações.
Ver mais no Blogue Tales of Gondwana