Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

18 fevereiro 2014

Uma grande violência fisica e psiquica por detrás da fotografia vencedora do World Press Photo

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Uma grande violência fisica e psiquica por detrás da fotografia vencedora do World Press Photo
A fotógrafa norte-americana Sara Naomi Lewkowicz foi a vencedora do World Press Photo na categoria de Histórias Contemporâneas. Mas o enredo por detrás da fotografia vai para além do que mostram as imagens, que retratam uma situação de violência doméstica entre um casal. Veja a geleria de fotos escolhida pelo autor do texto, João Miguel Taveres.
Sara Naomi Lewcowicz começou por querer realizar um trabalho sobre a integração na sociedade de condenados após saírem da prisão. Shane, o homem que está nestas imagens, tem 31 anos, e passou metade da sua vida preso. Maggie tem 19. Os seus dois filhos - Memphis, de dois anos, e Kayden, de quatro - não são filhos de Shane, mas de uma relação anterior de Maggie, que terminara meses antes.
Maggie e Shane conheceram-se através da irmã dele antes da sua última detenção. Tornaram-se amigos próximos enquanto ele esteve preso e começaram a namorar quando saiu. Essas são as primeiras imagens que Sara Naomi Lewcowicz tem para nos mostrar. Imagens - grandes imagens, diga-se - de paz e amor (ver galeria de imagens).
Shane estava tão apaixonado por Maggie que pouco depois de terem começado a sua relação fez uma gigantesca tatuagem com o seu nome no pescoço (ver galeria de imagens).
Infelizmente, o seu cadastro criminal e até as suas tatuagens faciais eram um obstáculo na hora de tentar arranjar emprego. Ao mesmo tempo, à medida que a ligação entre ambos se prolongava, ele queixava-se de ela se preocupar mais com os seus filhos do que com a sua relação: "Porque é que eu não posso ser, por uma vez, o mais importante?", perguntava Shane.
Certa noite, saíram juntos sem os filhos. Foram a um bar de karoke local, em Lancaster, Ohio. Sara Naomi Lewcowicz foi com eles.
A noite acabou mal. Maggie foi-se embora após ter acusado Shane de estar a tentar seduzir outra mulher. Um amigo do casal, em cuja casa ambos estavam a viver durante aquela semana, conduziu-a de volta a casa. Quando Shane regressou, estava completamente fora de si, acusando Maggie de o "ter abandonado".
Foi na sequência dessa discussão que Sara Naomi Lewcowicz tirou as fotos que lhe valeram o World Press Photo.
Kayden encontrava-se a dormir durante a agressão, mas a pequena Memphis correu para junto da mãe e recusou-se a sair do seu lado. "Por favor, Shane, deixa-ma tirá-la daqui", pediu Maggie. "Ela não devia estar a ver isto".
Sara Naomi Lewcowicz publicou o seu trabalho pela primeira vez aqui, no final de 2012, e as críticas não se fizeram esperar. Como é que ela podia ter assistido àquilo sem reagir?, porque é que não largou a máquina fotográfica e os foi tentar afastar?, ou pelo menos tirar a criança dali?
Há sobre isso um magnífico texto na Salon, onde se explica que Sara Naomi Lewcowicz foi mais corajosa do que se poderia pensar à primeira vista e coube-lhe a ela telefonar para o núemro nacional de emergência. Além disso, estavam presentes mais dois adultos, amigos do casal, que retiraram rapidamente a criança dali. Mais perturbador ainda: o texto levanta a hipótese de aquela ser, na cabeça de Shane, uma violência tolerável para se ter diante de amigos e de uma fotógrafa estranha. Na verdade, ele queria ir a sós com Maggie para a cave da casa. Mas ela recusou.
Pouco depois, apareceu a polícia.
Maggie chorou e disse que não queria causar problemas a Shane. A polícia respondeu: "Ele não vai parar. Eles nunca param. Habitualmente, só param quando te matam".
De seguida apresentou queixa contra Shane, que agora enfrenta uma pena que pode ir de cinco a 17 anos de prisão, por violência doméstica e violação da sua liberdade condicional.

Veja o texto na integra aqui.

10 fevereiro 2014

Amamentação pública em Macau

A deputada Wong Kit Cheng quer que o Governo preencha o que considera uma lacuna da Lei Laboral: a falta de locais para as mães amamentarem os filhos. Em interpelação escrita, Wong pede que o Executivo “assegure que as trabalhadoras são protegidas” da mesma forma que são as funcionárias públicas, tal como acontece na China Continental, em Taiwan e em Hong Kong.
“A Comissão Nacional de Saúde e Planeamento Familiar da República Popular da China espera que a percentagem de mulheres a amamentar aumente de 30 para 50 por cento até 2020 [...] mas no território a amamentação a crianças com menos de quatro meses era, em 2011, de cerca de 22 por cento, de acordo com os Serviços de Saúde”, sublinha.
Para a deputada, “a existência de um espaço público para amamentar é um sinal de civilização e a concretização do princípio de protecção dos direitos das mulheres e das crianças”. A vice-presidente da direcção da Associação Geral das Mulheres sugere ao Governo que considere a possibilidade de criar salas para a amamentação, já que há “muito poucos espaços” para o efeito nas zonas públicas da cidade. I.L.
Ponto Final, Fevereiro 10, 2014

02 fevereiro 2014

Yoani quer jornal digital e semear uma imprensa livre

por Lusa, publicado por Elisabete Silva, 1 de Fevereiro, 2014


Yoani quer jornal digital e semear uma imprensa livre
Fotografia © Reuters
  
A cubana Yoani Sanchez, uma das principais figuras da oposição em Cuba, anunciou na sexta-feira a sua vontade de lançar um jornal digital na ilha, em meados deste ano, na esperança de "semear as raízes de uma imprensa livre".

Durante uma deslocação à Colômbia, Sanchez disse: "Quero passar de um projeto pessoal, como o meu blogue, a um projeto coletivo, responsável, com o objetivo de acompanhar a sociedade de Cuba na transição".
A opositora cubana deslocou-se à Colômbia para participar no evento cultural 'Hay Festival', cuja organização a convidou.
Conhecida pelo seu blogue "Generacion Y", esta filóloga, de 37 anos, afirmou que o seu objetivo é o de "criar uma consciência a partir da informação".
Com cerca de meio milhão de seguidores na sua conta na rede social Twitter e um blogue traduzido em 15 línguas, Sanchez foi considerada uma das cem mulheres mais influentes do mundo, em 2008, pela revista norte-americana Time.

Milhares em Madrid contra alteração a lei do aborto

por Lusa, publicado por Helena Tecedeiro, 1 de Fevereiro 2014
Milhares em Madrid contra alteração a lei do aborto 
Apoiantes de grupos feministas desfilaram hoje pelas ruas de Madrid em protesto contra as alterações à lei do aborto que o Governo espanhol pretende fazer aprovar no Parlamento 

 "Porque eu decido" é o título do texto que três delegadas da organização do desfile apresentaram àquele órgão legislativo, acompanhadas pela porta-voz socialista no Congresso, Soraya Rodriguez. 

Em declarações aos jornalistas, Begoña Piñero, porta-voz da organização "Las Comadres", exigiu ao chefe do governo espanhol, Mariano Rajoy, e ao ministro da Justiça, Alberto Ruiz-Gallardón, que retirem a proposta de lei de proteção da vida do feto e dos direitos da mulher grávida porque a mesma vai "contra a dignidade das mulheres". 

"Somos cidadãs de primeira e sabemos como e quando é que queremos ser mães", sublinhou a representante da associação de mulheres, que chegou hoje de manhã a Madrid no "Trem da Liberdade", que viajou com centenasa de mulheres desde as Astúrias e outras províncias de Espanha. 

Begonâ Piñero afirmou, ainda, que as mulheres não necessitam que "a Igreja e a extrema-direita" as guiem e insistiu em manter a atual lei por ser "mais plural".

Conferência de Imprensa em Teerão

17 e 18 de Agosto 2013
 Fotos publicadas por Reza Asadi, jornalista iraniano e Arash Karami, editor do site Iran Pulse, via Twitter.

«Vergonhoso: mulheres jornalistas sentadas no chão enquanto os homens assistem sentados nas cadeiras, durante uma conferência de imprensa», escreve Reza Asadi.
A agência de imprensa iraniana Mehr News Agency argumentou que a sala estava cheia, não havia lugar para toda a gente e muitos homens também ficaram de pé. 

"E nenhum homem  ofereceu uma cadeira a estas jornalistas iranianas", perguntou Arash Karami.
Segundo as estatísticas do ministério da cultura e da orientação islâmica, em 2009  o Irão contava 8.044 jornalistas: 3.455 mulheres (das quais 1.645 só em Teerão) e 4.589 homens. Mas muito poucas exercem postos de responsabilidade. Por exemplo, nenhuma mulher ocupa o posto de redactora-chefe no Irão, uma situação já assinalada...em 1999.