Romance: Tentação da Serpente


Um olhar feminino sobre o Antigo Testamento.
Uma história de mulheres, para mulheres, de que os homens também gostam.

"Tentação da Serpente" é uma reedição de "O Romance da Bíblia", publicado em 2010.

28 maio 2014

Feira do Livro de Lisboa - Agenda




Dia 31 de Maio, Sábado, 16 horas...

Na Praça Leya, junto ao pavilhão da Casa das Letras - ao cimo do Parque, à direita de quem sobe -, estarei à espera dos amigos para uns momentos de conversa e assinar livros a quem quiser.
São os melhores momentos da minha vida de escritora!

Grávida apedrejada até à morte no Paquistão

Grávida apedrejada até à morte no Paquistão
Uma paquistanesa que ia defender o marido em tribunal foi cercada por familiares, incluindo o pai, e apedrejada até à morte.
     
Farzana Parveen, de 25 anos, foi morta na terça-feira, em frente a um tribunal no Paquistão. A mulher, grávida, perdeu a vida depois de ter sido apedrejada por duas dezenas de pessoas da sua própria família. Incluindo o próprio pai. Incluindo os irmãos.

O seu crime: casou com o homem que amava.

O apedrejamento deu-se à luz do dia, em Lahore, como conta a Associated Press, mas outros há que não são vistos, mas que acontecem, às centenas, levados a cabo por familiares e maridos, por alegado adultério ou outros chamados ilícitos sexuais, num país de maioria muçulmana. Chamam-lhes «crimes contra a honra».

Uma organização não governamental de defesa dos direitos humanos paquistanesa registou pelo menos 869 mulheres mortas por «crimes contra a honra» em 2013.

O amor, neste caso, foi o crime de Farzana Parveen. Depois de viver um namoro de anos com Mohammad Iqbal, decidiram casar. O marido revelou que «eles estavam apaixonados» e que a mulher «estava grávida de três meses».

A família nunca aceitou o casamento, que no Paquistão costumam ser arranjados pelas famílias, pelo que fez uma queixa às autoridades de que Iqbal teria raptado a filha.

Mais do que mudar leis que legitimam e desvalorizam estes casos, há um longo caminho na mudança de costumes e mentalidades e defesa dos direitos humanos.

«Matei a minha filha porque ela insultou a família ao casar sem o nosso consentimento e não me arrependo de tê-lo feito», disse o pai de Farzana Parveen e avô da criança que ela carregava na barriga.

27 maio 2014

Efeméride: Rachel Carson



Rachel Louise Carson (Springdale, 27 de Maio de 1907 - 14 de Abril de 1964) escritora, cientista bióloga e ecologista norte-americana, através da publicação de Silent Spring (1962), ajudou a lançar a consciência ambiental moderna.

Influenciada pela mãe, interessou-se pela Natureza desde a infância. Em 1929, graduou-se na Pensilvânia College for Women, estudou na Woods Hole Marine Biological Laboratory e depois formou-se em Zoologia pela Universidade John Hopkins, em 1932.

Foi contratada pelo governo americano para escrever boletins para a rádio durante a Depressão e também escrevia artigos sobre história natural para o Jornal Baltimore Sun.

Em 1936, torna-se editora–chefe de todas as publicações do renomeado U.S. Fish e Wildlife (Departamento de Pesca e Vida Selvagem). As suas primeiras publicações foram sobre os estudos das espécies e seres vivos que habitavam os mares e oceanos como: Under The Sea Wind (Sob o Vento do Mar – 1941), The Sea Around Us (O Mar Que Nos Rodeia – 1951), que foi sucesso nacional e internacional, traduzido para 30 idiomas.

21 maio 2014

Efeméride: Mary Anning

Mary Anning (Lyme Regis, 21 Maio 1799 - 9 Março de 1847) foi uma coleccionadora, negociante e paleontóloga britânica a qual tornou-se conhecida mundialmente pelo número de importantes achados que fez nos leitos fósseis marinhos de idade Jurássica na cidade de Lyme Regis no condado de Dorset onde viveu. O seu trabalho contribuiu para mudanças fundamentais no pensamento científico sobre a vida pré-histórica e sobre a história da Terra que ocorreram no início do século dezanove.

Anning procurou por fósseis na área dos penhascos de Blue Lies, particularmente durante os meses de inverno quando deslizamentos expunham novos fósseis que tinham de ser extraídos rapidamente, antes que fossem levados pelo mar. Era um trabalho perigoso, e ela quase perdeu a vida em 1833 durante um deslizamento que vitimou o seu cachorro Tray.

As suas descobertas incluíram o primeiro esqueleto de ictiossauro a ser corretamente identificado; que ela e o seu irmão encontraram, tinha ela apenas 12 anos de idade; os dois primeiros esqueletos de plesiossauros já encontrados; o primeiro esqueleto de ptrosauro localizado fora da Alemanha; e alguns importantes fósseis de peixes. As observações dela tiveram um papel crucial nas descobertas de que fósseis de belemnites continham sacos de tinta fossilizados, e que coprólitos, conhecidos como pedras de bezoar à época, eram fezes fossilizadas.

Quando o geólogo Henry De La Beche pintou Duria Antiquior, a primeira representação pictórica largamente circulada de uma cena da vida pré-histórica derivada de reconstruções fósseis, baseou-se em grande parte nos fósseis que Anning tinha encontrado, e vendeu impressões da ilustração em benefício dela.
O género e a classe social da Anning impediram-na completamente de participar da comunidade científica da Grã Bretanha do século dezenove - dominada como ela era por senhores anglicanos ricos. Ela lutou financeiramente por grande parte de sua vida. A família dela era pobre, e como dissidentes religiosos estavam sujeitos a discriminação legal. O pai dela, um marceneiro, morreu quando ela tinha onze anos. Ela tornou-se bem conhecida nos círculos geológicos na Grã Bretanha, Europa e América, e foi consultada sobre assuntos de anatomia bem como sobre coligir fósseis.

Entretanto,como uma mulher ela não era elegível para se juntar a Geological Society of London, e nem sempre recebia o crédito completo por suas contribuições científicas. Escreveu numa carta: "O mundo usou-me tão maliciosamente, que eu temo que ele fez-me suspeita de todos."

O único artigo científico publicado em toda a sua vida apareceu na Magazine of Natural History em 1839, um trecho de uma carta na qual Anning tinha escrito ao editor da revista questionando uma de suas reivindicações. Depois da sua morte a sua  história de vida incomum atraiu interesse crescente. Charles Dickens escreveu sobre ela em 1865:"a filha do carpinteiro conquistou um nome por ela mesma, e mereceu conquistá-lo."

Em 2010 a Royal Society incluiu Anning numa lista das dez mulheres britânicas que mais influenciaram a história da ciência.
(adaptado da Wikipedia)

 

16 maio 2014

Maria Gaetana Agnesi

Maria Gaetana Agnesi foi uma linguista, filósofa e matemática italiana, que escreveu o primeiro livro que tratou, simultaneamente, do cálculo diferencial e integral.
 
Nasceu a 16 de maio de 1718, na cidade de Milão. Oriunda de uma família abastada mas culta, era filha de um professor de Matemática. Teve mais vinte irmãos, o que não a impediu de receber uma educação primorosa. Assim, aos cinco anos de idade falava Francês, e aos nove podia expressar-se em Grego, Latim, Hebraico e algumas línguas vivas.

Sendo a casa paterna um ponto de encontro para os homens de cultura da cidade, Agnesi pôde tomar contacto com ramos do saber diversificados, entre os quais a Matemática. Com base nas discussões que pôde presenciar, escreveu e publicou, em 1738, um volume de ensaios dedicados às Ciências da Natureza e Filosofia, com o título, Propositiones Philosophicae.


Por natureza tímida e discreta, deixou de poder comparecer a estas tertúlias após a ocorrência da morte da sua mãe. Designada por seu pai para se encarregar das lides domésticas e providenciar cuidados aos seus irmãos, a quem ensinou Matemática, começou a escrever um manual, que foi desenvolvendo até chegar à forma de tratado.

Assim, em 1748, publicou Institutiones Analyticae, estudo de cálculo integral e diferencial, imediatamente adotado pela sua clareza. Na obra aparecia a célebre Curva de Agnesi, representada pela fórmula y = a v(a×x-x×x)/x e que, pelo facto de Agnesi trocar o eixo das coordenadas com o das ordenadas, passou a ficar definida como a equação cartesiana y×x2=a2(a-y).


Em reconhecimento do sucesso da obra, Maria Gaetana Agnesi foi eleita membro da Academia de Ciências de Bolonha, recebendo da universidade dessa cidade não um diploma Honoris Causa como também um convite para lecionar. Aceitando o cargo, permaneceu na Universidade de Bolonha até à morte do seu pai, altura em que decidiu abandonar a Matemática por completo.

Mulher devota e religiosa, resolveu dedicar o resto da sua vida a cuidar de pobres e enfermos. Com a abertura do Pio Instituto Trivulzo, instituição de solidariedade social, Agnesi foi nomeada diretora, posição que ocupou até à data da sua morte, ocorrida em 1799. É considerada a primeira mulher matemática de que registo.
(Infopédia)
                                   

 

12 maio 2014

Irena Sendler morreu hoje, 12 de Maio 2014

 
Ativista defensora dos Direitos Humanos e Assistente social, Irena Sendler recebeu as alcunhas de “o anjo do Gueto de Varsóvia” e a “mãe das crianças do Holocausto”. Esta polaca ajudou a salvar cerca de 2500 crianças da morte, na II Guerra Mundial.

Colocou a sua própria vida em risco, para transportar alimentos, roupas e medicamentos a pessoas que se encontravam barricadas no Gueto de Varsóvia, depois da invasão da Alemanha Nazi, em 1939.

Assistente Social em Varsóvia, Irena Sendler trabalhava com enfermeiras e organizava espaços de refeição comunitários da cidade polaca. Saciava a fome de órfãos, idosos e pobres, fornecendo também roupas, medicamentos e até dinheiro.

Dedicava todo o seu tempo a ajudar quem mais necessitava, fossem judeus ou católicos. Em 1942, quando os nazis criaram o Gueto de Varsóvia, Irena pôde testemunhar as condições sub-humanas dos residentes no local, para salvar crianças da morte.

“A razão pela qual eu resgatei as crianças tem origem no meu lar, na minha infância. Fui educada na crença de que uma pessoa necessitada deve ser ajudada com o coração, independentemente da sua religião ou nacionalidade”, justificou a própria.

O receio que os alemães tinham em contrair epidemias abriu a Irena Sendler uma janela para criar uma equipa de controlo de doenças como o tifo, mas com o real propósito de ajudar as crianças.

Propôs às famílias levar os filhos destas para fora do gueto, sem garantir sucesso
na missão de salvar os menores. A única garantia que dava às famílias era que morreriam se permanecessem no gueto.

Muitas mães negaram-se a entregar os filhos, por natural receio. E quando Irena regressava para tentar convencê-las, já não as encontrava, porque tinham sido levadas para os campos de execução.

Ao longo de um ano e meio, até à evacuação do gueto, no verão de 1942, Irena resgatou cerca de 2500 crianças, por diversas vias. Recolheu-as em ambulâncias como vítimas de tifo, escondidas em sacos, cestos de lixo, caixas de ferramentas, carregamentos de mercadorias, sacos de batatas e até caixões.

Esta coragem e coração solidário valeram-lhe duas alcunhas: “o anjo do Gueto de Varsóvia” e a “mãe das crianças do Holocausto”. Irena Sendler morreu a 12 de maio de 2008, com 98 anos.

(PTjornal)

Dorothy Hodgkin lembrada com google doodle em dia de aniversário

Química bitânica Dorothy Hodgkin, distinguida com o Nobel de Química em 1964, é lembrada hoje com um google doodle, no dia em que se assinala o aniversário. Hodgkin determinou a estrutura da vitamina B12 e ao longo de três décadas estudou a estrutura da insulina e das biomoléculas.
A Google homenageia neste dia 12 de maio o aniversário de Dorothy Hodgkin, lembrada com um doodle que remete para as estruturas tridimensionais das moléculas, que transportou esta britânica para a lista de grandes nomes da Química.
dorothy hodgkin
Dorothy Mary Crowfoot Hodgkin nasceu no Cairo, Egito, a 12 de maio de 1910. Foi uma química de nacionalidade britânica, apesar das suas origens egípcias, filha de um arqueólogo, diretor da Escola Britânica de Arqueologia de Jerusalém. A sua mãe acompanhava o marido nos trabalhos de arqueologia e dedicava-se também à botânica.

Mas Dorothy Hodgkin nunca se sentiu atraída por aquela arte. Desde a adolescência sentiu um apelo pela química. Nesta altura, tem aulas privadas, tendo em vista a aprovação no exame de admissão da Universidade de Oxford, na área de Química e na unidade feminina daquela instituição. E Dorothy Hodgkin consegue entrar em Oxford, em 1928, contava então 18 anos de idade.

Depois de concluir o curso, Dorothy prossegue os estudos na Universidade de Cambridge, onde conclui o doutoramento, em 1937, ano em que se casa com o historiador Thomas Lionel Hodgkin. É nesta altura que a química britânica se começa a notabilizar. O grande reconhecimento mundial ocorre em 1964, quando foi distinguida com o Prémio Nobel da Química, que reconhece a valia do seu estudo sobre a estrutura das proteínas. Dorothy Hodgkin conseguiu determinar a estrutura da vitamina B12. Aprofundou os estudos na área das biomoléculas e determina a sua estrutura tridimensional, através da cristalografia de raios X.

Do encontro com inúmeros investigadores, nasce, em 1947, a União Internacional de Cristalografia, que tem Dorothy Hodgkin como principal impulsionadora. Ao longo de 35 anos, Dorothy Hodgkin fez investigações sobre a estrutura da penicilina e também da insulina - esta última considerada extremamente complexa, à época. É aliás este seu estudo que inspira o google doodle desta segunda-feira, dia em que, se fosse viva, completaria 104 anos.

A partir de 1969, esta química britânica percorre o mundo a participar em palestras onde aborda a importância da insulina na diabetes. Mesmo com a saúde debilitada, devido a uma artrite reumatoide, Hodgkin prosseguiu o seu trabalho, ao longo de anos. Viria a morrer em Ilmington, a 29 de julho de 1994, vítima de um AVC.

07 maio 2014

Nigéria: mais oito meninas raptadas

 Levadas de aldeia próxima da sede da milícia islamista Boko Haram.
Mais de 200 estudantes raptadas na Nigéria (REUTERS) 
Mais oito crianças com idades entre 12 e 15 anos foram raptadas na noite de segunda-feira de uma aldeia no norte da Nigéria. Aconteceu junto da base da milícia islamista Boko Haram, que ontem assumiu o rapto de outras 200 crianças, numa declaração do seu líder que chocou o mundo, ao dizer que as meninas iriam ser escravizadas.

O relato do novo rapto na noite de segunda-feira foi feito por residentes. «Eram muitos, todos armados. Chegaram em dois carros pintados com cores militares e começaram a disparar», contou um homem citado pelo «Guardian», enquanto um polícia terá relatado que as meninas foram levadas em carrinhas.

 Para ver o vídeo (fundamental) aqui:  http://www.tvi24.iol.pt/503/internacional/nigeria-mais-oito-estudantes-raptadas-aldeia-rebeldes-islamistas/1554061-4073.html

06 maio 2014

Radicais islâmicos reivindicam sequestro de mais de 200 meninas na Nigéria

Em vídeo, líder da milícia Boko Haram diz ser contra educação ocidental para jovens e ameaça vendê-las como escravas. Governo reconhece não ter pistas sobre paradeiro das reféns e pede ajuda internacional.
 
O líder da milícia radical islâmica Boko Haram, Abubakar Shekau, assumiu nesta segunda-feira (05/05) a responsabilidade pelo sequestro das 276 meninas retiradas à força de uma escola em Chibok, no estado nigeriano de Borno, há três semanas.

Em um vídeo de 57 minutos obtido pela agência de notícias AFP, Shekau diz que as jovens estão em seu poder e ameaça vendê-las como escravas. “Eu sequestrei suas meninas”, diz o líder do grupo. “Vou vendê-las no mercado por Alá.”

No dia 14 de abril, um grupo armado invadiu a Escola Secundária para Meninas do governo de Chibok e obrigou 276 alunas a entrarem em caminhões, que seguiram para uma área remota perto da fronteira com Camarões.

Desde então, pelo menos 53 meninas conseguiram escapar do cativeiro, mas 223 ainda permanecem sob poder dos sequestradores. No vídeo, Shekau diz ser contra a ideia de jovens serem educadas em um modelo ocidental.

“A educação ocidental deveria acabar. Meninas, vocês têm de se casar”, afirmou. “Eu casaria com uma mulher de 12 anos. Eu casaria com uma menina de 9 anos.”
O Boko Haram trabalha em uma campanha insurgente contra o governo nigeriano há cerca de meia década. Apenas neste ano, mais de 1.500 pessoas foram mortas em ataques perpetrados pelo grupo.

Pressão política

A situação tensa se desenvolve em um momento complicado para o governo da Nigéria, que, durante esta semana, sediará o Fórum Econômico Mundial.

O governo do presidente nigeriano, Goodluck Jonathan, está sob intensa pressão para resolver o caso. Jonathan afirmou na noite de domingo estar fazendo o possível para localizar as meninas, mas reconheceu não ter ideia sobre o paradeiro delas.

O presidente criou um comitê especial para tentar traçar com a comunidade local uma estratégia para libertar as estudantes. Ele disse também ter pedido ajuda internacional para lidar com o caso. O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que o governo americano está fazendo tudo o que pode para ajudar a Nigéria.

RM/afp/ap/rtr

Ninguém tenta salvar 220 meninas raptadas?

por LEONÍDIO PAULO FERREIRA 
Foram levadas da escola há três semanas. Em desespero, alguns pais, armados com arco e flechas, entraram pela floresta em busca dos raptores. Das que conseguiram fugir, ouvem-se relatos de venda como escravas sexuais e de trabalhos forçados. Serão 220 as adolescentes ainda desaparecidas desde que uma milícia islamita atacou a sua escola no Norte da Nigéria.

Esta é uma daquelas tragédias que ameaçam passar despercebidas. Mas mesmo que a Nigéria seja longe e o seu norte empobrecido um lugar remoto, ninguém pode ficar indiferente ao sequestro de duas centenas de meninas. Até porque os suspeitos têm nome e um historial de raptos, assassínios e bombas.

O Boko Haram, que numa tradução livre da língua haúça significa "a educação ocidental é pecado", é um grupo islamita ativo desde 2002 e que só nos primeiros meses deste ano terá matado 1500 pessoas. Mostra uma visão obscurantista do islão e um extremismo que faz os talibãs darem ar de moderados. Parece não temer ninguém, apesar de o fundador ter sido morto pelo exército.

Há quem acuse o Presidente Goodluck Jonathan de impotência. Oriundo do Sul cristão, a sua prioridade, como a dos antecessores, é manter os equilíbrios na ex-colónia britânica, independente desde 1960. Mas se a Guerra do Biafra de triste fama foi um conflito étnico, o que se está a passar no Norte da Nigéria ameaça a coexistência entre muçulmanos e cristãos na mais populosa nação africana. Tolerá-lo expõe as fraquezas de um país que até acaba de celebrar a ascensão a primeira economia do continente e que esta semana vai acolher em Abuja, a capital, um fórum económico mundial.

A boa-nova é que a sociedade nigeriana mostra uma admirável vitalidade. Multiplicam-se os protestos junto ao Parlamento a exigir ações para libertar as meninas raptadas a 14 de abril na escola de Chibok. E vários sites exibem um contador dos dias, horas, minutos e segundos passados após o ataque do Boko Haram. Uma forma de pressionar as autoridades a fazer mais do que lamentar-se de que devem ter sido levadas para os Camarões.